sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Estou cansado, de olhar, para o além
Sem te conseguir vislumbrar.
Onde paras?
Que não te consigo encontrar?

Esta dor, dilacerante,
Sem jeito.
De pulsar constante
Dentro do meu peito,
É intolerante.

Quero libertar-me...
Despojar-me
De tudo o que sinto.

Coloquei o meu canto...
Em palavras que traço
De cores,
Em telas cinzentas
De pranto.

O pássaro,
Que braceja, no ar,
onde plana...
Leva a minha dor
de amor!

E no alto-mar,
Onde ela se espoja
Em ondas,
De vai e vem constante,
Liberta-se esta dor,
Do meu interior.

E no vento, que passa
Em assobios arrepiantes,
Choro os meus fados.

Sinto-me tão sozinho!
Tão pequenino!
Como, aquando na barriga da mãe.

Só que aí era tão desejado...


Augusto P.Gil

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